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Jogue fora as flores, memorize o aroma delas.

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terça-feira, 7 de junho de 2011

08.06

As vezes você me magoa, mas antes de você eu já havia percorrido caminhos onde minhas lágrimas eram como gotas de um mar infinito, não se acabavam e não podiam ser contadas.
Era eu, uma velha agulha de tricô, e uma cadeira de balanço que rangia quando tocava o chão, as lágrimas que caiam enchiam os baldes para fazer a comida, até que uma noite de tanto frio que fez, a solidão que me acompanhava fez com que as lágrimas congelassem, e por sentir dor tamanha, por sangrar os olhos, prometi engolir o pranto, e aguentar firme sem desabafar.
Aguardei na varanda, a noite conversava com Deus,para que não mandasse-me mais homens dizia eu, mas mais deles vinham, e todos no final eram iguais. No começo a doçura repunava-me, mas no fim, o amargo permanecia na boca por meses. E novamente, por sentir dor tamanha, resolvi engolir a esperança de encontrá-lo. Talvez minha doce esperança, quisesse lhe encontrar em um destes caminhos tortos, mas eu já havia perdido minha direção quando resolvi parar de caminhar.
Então no fundo, a minha teoria continuava intacta, o abraço terno, o encaixe perfeito, eu sentiria quando o fosse dado, mas muitas tentativas, nenhum resultado, o que alegrava-me pois nenhum dos imbecis merecia um conforto tão maravilhoso quanto um abraço verdadeiro, talvez sim de alguém, mas não o meu.
Então se fez presente a luz da noite, e teus olhos iluminaram a estrada escura por onde eu andava, o vento quando eu me descuidei direcionou-me até teus braços, e para proteger-me você me abraçou. Chorei, e chorei mais por não doer quando o pranto rolava, chorei porque do frio daquela noite, meu corpo repousava quente na cama pois eu pensava em você, e quando você se foi vagando pela noite escura apenas com teus olhos a iluminar os pés, eu saí correndo a procurar o peito que me abrigava de maneira tão unica, que em noites como aquele eu realmente via de perto o brilho das estrelas, porque um abraço teu, de fato, elevava-me ao céu.
Aí pensei que quando o visse novamente, tomaria coragem e lhe diria não em versos, mas com minha voz o que o coração sempre pulsa a falar, mas foi tolice a minha, se até a língua fica mole quando estou ao seu lado. Então nesse dia, eu soube a importância que tem o silencio, porque enquanto você dize-me rotações de palavras, e explicava-me centenas de coisas, em silêncio, com meu olhar fixo, eu só pensava no quanto eu amo você.

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