Era eu, uma velha agulha de tricô, e uma cadeira de balanço que rangia quando tocava o chão, as lágrimas que caiam enchiam os baldes para fazer a comida, até que uma noite de tanto frio que fez, a solidão que me acompanhava fez com que as lágrimas congelassem, e por sentir dor tamanha, por sangrar os olhos, prometi engolir o pranto, e aguentar firme sem desabafar.
Aguardei na varanda, a noite conversava com Deus,para que não mandasse-me mais homens dizia eu, mas mais deles vinham, e todos no final eram iguais. No começo a doçura repunava-me, mas no fim, o amargo permanecia na boca por meses. E novamente, por sentir dor tamanha, resolvi engolir a esperança de encontrá-lo. Talvez minha doce esperança, quisesse lhe encontrar em um destes caminhos tortos, mas eu já havia perdido minha direção quando resolvi parar de caminhar.
Então no fundo, a minha teoria continuava intacta, o abraço terno, o encaixe perfeito, eu sentiria quando o fosse dado, mas muitas tentativas, nenhum resultado, o que alegrava-me pois nenhum dos imbecis merecia um conforto tão maravilhoso quanto um abraço verdadeiro, talvez sim de alguém, mas não o meu.
Então se fez presente a luz da noite, e teus olhos iluminaram a estrada escura por onde eu andava, o vento quando eu me descuidei direcionou-me até teus braços, e para proteger-me você me abraçou. Chorei, e chorei mais por não doer quando o pranto rolava, chorei porque do frio daquela noite, meu corpo repousava quente na cama pois eu pensava em você, e quando você se foi vagando pela noite escura apenas com teus olhos a iluminar os pés, eu saí correndo a procurar o peito que me abrigava de maneira tão unica, que em noites como aquele eu realmente via de perto o brilho das estrelas, porque um abraço teu, de fato, elevava-me ao céu.
Aí pensei que quando o visse novamente, tomaria coragem e lhe diria não em versos, mas com minha voz o que o coração sempre pulsa a falar, mas foi tolice a minha, se até a língua fica mole quando estou ao seu lado. Então nesse dia, eu soube a importância que tem o silencio, porque enquanto você dize-me rotações de palavras, e explicava-me centenas de coisas, em silêncio, com meu olhar fixo, eu só pensava no quanto eu amo você.
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