Essa noite em meus sonhos eu revivi toda minha vida, cada passo, cada pedra, cada salto e cada queda.
Eu voltei a sentir as batidas fortes do meu coração relembrando aquele velho amor, e a respiração ofegante quando ele me abraçava, voltei a sentir minhas pernas bambas enquanto ele falava e eu preocupada imaginava o que falaria de interessante, mas uma luz o envolveu e ele se foi...
Voltei hoje em meus sonhos a sentir a água cristalina que estourava em meu rosto quando brincávamos de estourar bexiguinhas, vi meus primos jovens, e eles sorriam pra mim. 
E como um filme com trilha sonora, em meu sonho assisti toda a minha vida de trás para frente, e eis que senti um vazio quando não haviam mais momentos para ver, não haviam mais sons para escutar, e neste instante deparei-me sendo um feto na barriga de minha mãe, e de lá, daqui, fiquei questionando-me o que eu seria, como faria, e até onde chegaria.




Eu traria mais sorrisos a minha vida se pudesse simplesmente fechar os olhos e apagar cada dor em meu peito.
Eu daria mais de mim, e pediria menos dos outros, distorceria meus braços, e os estenderia para abraçar.
Eu rezaria mais a Deus, e tomaria mais banhos de chuva.
Eu diria a algumas pessoas importantes, frases importantes, que supostamente só direi quando elas estiverem mortas.
Eu partiria... Realizaria meus mais absurdos sonhos, com a unica certeza de realizá-los.




Ah se eu pudesse, te abraçaria tão forte, que você sentiria o meu amor, te beijaria com tanta vontade que você entenderia meu amor, e não te deixaria partir, pois você entenderia que eu odeio a saudade.




Mas aí eu acordei... E dos momentos doces do qual lembrei, só me restaram vozes e um despertador chato!
Aí aprendi uma coisa que antes eu não sabia, que por mais alto que possa ser seu vôo, que por mais gostosa que possa ser a sensação de estar nas nuvens, de alguma forma, é preciso manter os pés no chão, se não até o vento manso nos derruba, porque nos desprendemos da raiz embaixo dos nossos pés.