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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A lagarta

Ninguém acreditava na lagarta, ela era feia, de cor escura e toda desengonçada. Todos diziam que ela não saberia fazer um cásulo, e que jamais seria uma borboleta poente de cores vivas, no máximo, seria pequenininha frágil, com seu bater de asas lento a ponto de se tornar presa fácil, mau duraria uma semana de vida diziam as multidões.
Mas ela não se abatia, enquanto o resto preocupava-se com o quanto ela era fraca, ela ia aos poucos munindo-se de forças, e traçando seus objetivos silenciosamente, sem alardear o que estava por vir.
Em um dia chuvoso a lagarta pôs a fazer seu casulo, porém chovia tanto, que o galho de todas as árvores tocavam no chão e voltavam, tamanha ferocidade do vendaval. Então decidiu pedir licença a uma velha conhecida, e como era uma lagarta de palavra, foi lentamente construindo a sua morada, do lado de uma pedra.
O povo voltou a mal falar da pobrezinha, diziam que de tão tola, seria um alvo fácil, ora bolas fazer seu casulo justamente no chão! Coisa besta, supunham as pessoas que de tanto saber que não conseguiria resolveu por desistir sem demonstrar desistência!
Passaram-se os dias... e o casulo começou a se mexer como se algo quisesse sair dali, para surpresa de todos a lagarta estava pronta. Mas os olhares esperavam por um ser estranhos, que talvez não passasse pelo apertume do casulo, alguns diziam alto ' vai sair sem as asas '.. e riam.
O casulo ficou para trás, deu espaço a uma magnífica borboleta, que de tão colorida parecia um misto entre o arco-íris, que de tão poente, que fazia a lua ter inveja, que de tão real, que constrangia o sol, e de tão perfeita, que deixava a desejar que nada neste mundo era perfeito.
Assim foi ela, em seu primeiro vôo, no primeiro bater de asas quando os raios do sol iluminaram seu corpo, ela sentiu-se dona de sí, e atingindo uma altura incapaz para qualquer outra borboleta pensou consigo:' Daqui de cima, todos vocês são tão pequenos, tão frágeis.'.. E continuou a 'degustar' a sensação que suas asas lhe proporcionaram.
Ela pensou durante uns dois dias, que sua vida como borboleta duraria pouco, tão pouco que pensar poderia ser um grande desperdício, então pôs-se a imaginar, que como lagarta, sua vida seria bem mais extensa.
Voltou para procurar seu casulo, acreditando poder regressar a sua forma de antes, em vão... Triste encontrou com sua grande guardiã, a quem lhe ajudou a ser ilesa de sua metamorfose. Esta lhe disse o seguinte ' Não fique triste por não viver para sempre querida, o mais difícil você fez, superou as expectativas de todos! Eles não lembram quem você é, mas jamais vão esquecer que um dia você foi, e graças a eles, você foi além do que poderia ter ido, lugar que eles jamais se permitiriam chegar.

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