Nonouse era um tolo, mas eu realmente o amava. Amava-o pelo fato de vir dele o abraço que sempre fazia-me falta, o olhar parado que não fazia minhas bochechas corar de vergonha, e a certeza que ele sempre me ouviria.
Nonouse era bobo, se punha a ser o preferido de qualquer garotinha tola, suas orelhas caídas, seu tocar macio, e sua disposição para abrigar-se embaixo de minhas cobertas fazia dele, meu melhor companheiro.
Se nonouse pudesse falar, será que ele diria que sou uma menina com uma flor? Talvez em sua tamanha delicadeza ele me oferecesse uma, contudo, eu ficaria feliz se apenas desse-me uma pedrinha qualquer, ou um vidrilho comum, bastaria-me saber que por um segundo qualquer, eu houvera feito parte de seus pensamentos. Mas como Nonouse é um ursinho de pelúcia, ele não fala, nem me olha do jeito que acho que olha, ele fica lá com aquela cara de tolo me olhando em silêncio. E há dias que eu preciso do seu silêncio, por ser mágico, por ser bom, e por ter suas formas de diálogo eu apenas o observo, e já me sinto bem.
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