Você ainda carrega consigo aqueles velhos sonhos guardados na carteira?

E os desejos, que continham em uma pulserinha de nossa senhora ainda vivem?
O seu sorriso ainda é verdadeiro?
Como são os seus finais de semana?
Lembra-se de velhas cartas, de velhas coisas, coisas tão velhas que o verdadeiro lugar delas seria em um museu, onde todos pudessem ver...
A minha perna não adormece mais, os meus olhos estes sim continuam brilhando, mas você sabe em que parte do sonho eu acordei?
Eu sinto muito por todas as aquelas coisas, mas eu não quero mais entrar naquele mesmo buraco onde nos encontramos, eu pedi e rezei a Deus para que me desse forças, eu gostaría de ter te protegido, ter ajudado, mas não posso me sufocar, e não consiguirei guardar algumas palavras que as vezes saltam de minha boca como se criassem vida própria, não tenho ódio nem maldade em meu coração, e é exatamente por este motivo que lhe deixei ir novamente, e desta vez sei que fiz tudo o que tinha de fazer, sei que dei tudo de mim, mais uma vez...


Mas é preciso saber o momento em que as forças acabaram, e o momento certo em que aquele sonho deixou de ser inspirador, deixemos como está, assim está bem, pois quando eu tiver alguma lembrança tua, quero me lembrar dos bons momentos, não da angústia que tomava meus dias, não estou fugindo, apenas estou partindo, mas te levaria em cada pedaço solto de minhas palavras, escritas em alguma noite fria, mas já não há mais espaço, estamos bem, e viveremos assim, como alguma parte perdida que algum dia teve o seu encaixe perfeito, um encaixe que hoje já não nos cabe mais.