Naquela noite perfeita, acreditei nas palavras que você dizia. Pintei meu cabelo da cor que você mais gostava, quis lhe satisfazer, mas para você era só um momento diferente...
E agora estou voltando para casa, de volta a meus sonhos, de volta a meu velho rancho, porque lá até o pasto podia falar comigo, e nada era assim, tão sintético, tão patético.
Lembro que havia dias em que olhava apenas para o céu, aí veio você e convidou-me a pular em nuvens, deixei meu chão, fui passear no céu, mas lá não existiam cavalos, e eu não sabia voar. Aquela sensação, nuvens feitas de algodão, eu lhe olhava e via a luz iluminar a tempestade que se aproximava, teus olhos eram o meu segredo.
Mas agora eu quero voltar para casa, suas asas não são suficientes para nós dois, gosto de pisar firme no chão, e você ama a liberdade de não saber onde está indo. Proponho-te um pacto, quando sentir saudades olhe para o meu chão, quando o meu caminho se iluminar, sei que serão teus olhos, são eles o meu segredo.
Mas agora eu só quero abraçar meus velhos sonhos, voltar para o meu rancho, cuidar dos meus cachorros, e talvez, se não for melancólico demais, olhar para o céu, tentando encontrar nas estrelas o brilho que vinha do teu sorriso, é lá acredito, nas nuvens, do teu lado, que fica o paraíso.
Que sorte que tem os anjos...
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