Porque será que nos perdemos?











Hoje estive olhando para os lugares nos quais estive todos estes anos, em minha procura por respostas, só encontrei minhas antigas pegadas, e algumas estavam apagando-se.


Quando caminhei mais um pouco, percebi que meus passos estavam sendo renovados, algumas pessoas insistiam em fazer do meu errado o certo delas, e talvez, pensei, fosse o que tivesse que ser feito, pois hoje, se ontem, eu não estivesse onde estive, não chegaria aonde cheguei, e não poderia ensinar o que hoje sei.


Não minto, senti saudades daquelas mãos, senti saudades, daquelas lembranças, que juntas ou trituradas, ainda eram as lembranças mais fortes que eu tinha, e que até ontem, um ontem que é distante do agora, um ontem que leva a carga de anos, ainda sim, eram os pedaços mais importantes que eu tinha em mim.


Mas como sei que ventos vem e vão, pus meu cabelo na direção em que eu gostaría que ele se descabelasse, fechei meus olhos, senti a brisa, a água tão doce em minha boca, tudo naquele instante era perfeito, e satisfazia-me.


Sinto não ter estado em seus sonhos, sinto quando não me abracei sozinha, pois imaginei que você faria isso por mim, sinto tanto por isso, naquela época eu não tinha consciência de como são importantes meus braços, e que meus olhos sozinhos brilham mais que uma constelação, e que vai apreciar meu sorriso? Nem precisaria de espelho hoje, pois sendo ele belo ou não, continuo sorrindo.


E talvez, talvez não, creio que sim, creio em Deus, e sei, ele crê em mim, e me deu cargas, para que eu fortalecesse meus ombros, pois tudo depois de um tempo, seria leve, como gotas que caem no oceano sozinhas.