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Jogue fora as flores, memorize o aroma delas.

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sábado, 10 de abril de 2010

Preciso lhe dizer coisas que não cabem na ponta da minha língua, nas frases que traço no papel, ou no que meus pensamentos sugerem que eu não lhe diga.



Aquilo foi um teste, e nas suas preces você encontrou a face de Deus em cada súplica, no final quando não lhe restava mais nada, você trouxe a luz que não existia mais em teu corpo, e não se importou mais se a música que tocava era triste, se os movimentos do seu corpo eram lentos, se sua voz emudeceu, e se o mundo inteiro exigiu o teu fechamento. Você não se importou com a audição, pois naquele momento não poderia escutar o que lhe diziam, as vozes te silenciariam em um segundo, te fariam ficar trêmula, e nada poderia pintar, pois diziam que teu pincel era fino demais, e tuas mãos brutas demais. Mas como você não se importou, pinto todas as telas, todos os livros, pintou paredes, pintou vidraças, pintou casas, pintou almas, coloriu vidas, e só parou quando as vozes se silenciaram, e só foi assim porque acabaram-se os espaços em branco.

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