É engraçado mas hoje encontrei um velho amigo meu, queria muito ter puxado um papo, mas o oi dele foi tão seco que me desmotivou, afinal de contas ele estava com fones de ouvidos, e eu sei como nós jovens odiamos que interrompam este nosso momento musical.
Mas eu recordei daquele menino no qual brincava comigo, eu lembrei do seu sorriso e das suas risadas, lembrei que ele tinha uma tartaruga que comia umas coisas fedidas, e que nossas famílias eram muito amigas. Enfim, eu revivi a nossa amizade em poucos segundos.
Hoje nossas famílias ainda dizem olá uma para a outra quando se encontram, e eu e ele também nos cumprimentamos. Mas me pergunto, para onde foram as nossas crianças?
Quando pequenos não é fantástico o fato de criarmos laços tão facilmente, a ponto de não nos preocuparmos se tal pessoa nos decepcionará? Aliás, qual decepção uma criança pode ter enquanto brinca de pega-pega, se não a frustração de ser pego?
Não é fantástico quando íamos a uma festa de aniversário e nossa mãe dizia, fulano, vá lá fora brincar tem um monte de crianças, e todas elas você nunca havia visto antes, minutos parado vendo a brincadeira e alguém te puxa para o meio da roda, e no fim você está abraçado nos seus novos amigos convidando-os para visitar a sua casa. Agora me pergunto, aonde foi parar esta maneira de fazer novos amigos? Isso sim era bom! Isso sim tinha o seu valor! Agora nós nos restringimos a apenas um grupo de pessoas, que é escolhido de acordo com nossas afinidades. Mas e qual o problema de ter um amigo evangélico, outro ateu, e um totalmente fora de órbita? Qual o problema em unir universos e trocar experiências? Será que é medo de sermos parte de um mundo que não queremos a nós, será que é medo de mudar, ou seria apenas rejeição, porque talvez o que não pareça-se conosco, não deva ocupar um mesmo espaço, não concordam?
Mas eu questiono a facilidade que uma criança tem de criar laços de amizade, e de perdoar sua amiguinha que a empurrou por bobagem, eu admiro estas crianças, mas é uma pena que todas elas irão crescer um dia, e a maioria vai esquecer de tudo que aprendeu.
Porque a maioria das pessoas iludi-se pensando que é com a idade que evoluímos, que é com os erros que nos fortalecemos. Bobagem! Isso alguém inventou para que você aceitasse melhor os seus fracassos. É claro, sem dúvida, aprendemos algo bom sempre. Mas a nossa melhor idade é a infância, é quando nós não compreendemos nada e vivemos tudo, é quando nós amamos um animal e o protegemos por puro amor, é quando nós vemos um mundo de maldades pintado de rosa, é quando nós somos livres para sermos o que quisermos, é quando somos realmente felizes.
E se um adulto, lembrar de vez em quando o que era no passado, qual sonhos que tinha, e principalmente o jeito que sorria, aí sim, aí sim eu posso dizer pra você que está tudo bem, porque um adulto já sofreu demais, já caiu demais, e feridas deixam marcas. Uma criança pode se regenerar, porque ela sempre vai querer estar bem para correr na próxima chuva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário