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Jogue fora as flores, memorize o aroma delas.

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sábado, 28 de agosto de 2010

Eu tomaria um porre agora se tivesse a meu lado qualquer bebida alcoólica, mas acho que a acetona pode estragar meu estômago.
Hoje eu decidi que você era um lixo, e fedia a podre, que teus olhos nem brilhavam tanto assim, e que eu sempre estivera chapada, você jamais tinha feito-me sorrir. Hoje, eu disse a mim mesma que manteria-me firme, seria grosseira se preciso fosse, mas não te ofereceria minha simpatia, mas aí você veio...
Do nada, ao longo do dia, no simples andar, ou na chuva que cai, eu lembro-me de você, seu rosto, há alguma coisa nele que traz-me recordações de tempos onde tudo era bom, quando inocentemente eu catava pedrinhas no meio da rua, sem saber o dia de amanhã, o mundo naquela época podia acabar, porque nenhum de nós se preocupava muito com isso, só queríamos saber qual seria a próxima brincadeira, e se quando fizesse aquele calor de rachar, se algum dos adultos se ofereceria para montar nossa velha piscina.
Todas as crianças brincavam juntas sem maldade, fulano não gostava de ciclano, beijar alguém não era prioridade, rir era o que era bom. Mas anos depois a grande maioria transformou-se em cópias da maioria, eles não falam mais abóbrinhas porque cresceram, se restringem a uma linguagem culta e sem expressão. Muitos com seus amores e ilusões criados, mas nenhum deles lembra-se de nada, nem da cor que tinha o céu, nem dos fins de tardes rosados, não lembram do campo, do cheiro de mato, não lembram de como o céu é bonito a luz do dia, ou a luz do luar, e nenhum deles tem verrugas na ponta dos dedos, porque nunca 
apontaram para uma estrela.

No entanto eu sei que você não merece uma palavra minha, estas lembranças são minhas não suas, mas por um instante eu gostaria de esquecer tudo, e lhe dizer tudo, sim eu sei que me arrependeria depois, seria a criatura mais tola e mais inútil da face da terra, mas talvez por um segundo esta máscara de que realmente não me importo, caísse.
Que sentimento é este que agora me invade? O pior de tudo, é que ele é antigo, gostaria de expressá-lo, mas não encontro palavras, e nem sei definir o que é.
Creio que seja uma saudade misturada com recordações futuras, uma alegria que ao mesmo tempo transforma-se em melancolia, um estado de impotência ativa, vazio, preenchimento, esperança, sonhos concretizados, ilusões mortas, novos tempos, vida boa, não sei..
Exato! Esperança ativa, mas para que? E se for só ilusão?
Será que vale a pena ser a gota do oceano de alguém?

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