Na pele um arrepio que você não consegue explicar, no rosto um semblante que não dá para definir, nos olhos um vazio tão grande que não tem fim, e nas suas mãos as cinzas de cartas que nunca enviou.
Como se sentirá ela agora que seus sonhos criaram asas e foram voar longe, tão longe? Como se sentirá ela quando acordar e perceber que está sozinha, completamente sozinha?
Nesse momento eu não gostaría de olhar para ela, pois sei o que irá sentir, sei exatamente como serão seus dias durante alguns meses, e sei que a morte vai lhe parecer a única solução, se ela for fraca, eu não quero estar presente quando ela fizer o pior. Eu sei que os dias irão vir mais pesados e mais cruéis, tentando levar embora o que ela tem de mais bonito, talvez se ela deixar, o seu sorriso possa ser apagado, suas mãos atadas e seu corpo mutilado.
Quando andar por aí, a solidão estará tão presente, que até a sua sombra lhe abandonará, e o fato de não poder chorar, vai fazer secar e depois de algum tempo seu coração morrerá.
Quem ousar nela tocar vai ser amaldiçoado, e não haverá mais nada para olhar, a não ser o seu desespero, a sua súplica, a sua amargura e a tristeza.
E quando dias mais amargos do que todos surgirem, e ela suplicar mais uma vez a morte, a morte lhe dirá que ela viverá para sempre, sempre e sempre. E nessa dia, apenas sangue caíra de seus olhos, e eu vou estar pedindo a Deus que pelo menos a deixe chorar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário