Nós estavamos lá lendo aquelas velhas cartas, e as vezes escondiamos as lágrimas em um sorriso que as continha.
E você não poderia contar as noites que te esperei, porque não existem tantos numeros, e a saudade que senti, você não é capaz de medir, e amor que nascia em meu peito, morria sempre, na mesma brecha em que vertia, e meu alimento, acabava sempre me destruíndo.
Você foi e veio, mas será que permanece? E em que mundo hoje você está? Será que posso falar sobre esperança? Talvez seja como o desejo de uma criança...
Você era todas as coisas em uma só, um emaranhado de futilidades e engenhocas que eu gostaría de criar, palavras que não existiam no dicionário, e flores ainda inexistentes, assim era você. E eu era esse modelo velho das antigas, que ainda esperava para ser carregada em teus braços, e talvez em um lindo alasão me levaste ao teu castelo que podia ser uma barraca em algum subúrbio, o que me contentaria muito, se pudessemos juntos olhar as estrelas.
Mas você sempre deixou o amanhã falar mais alto, e com meus pés em suas mãos, sempre me elevou a altura que desejou, me sentia leve, livre, mas do teu lado. E tenho certeza que se as luzes do mundo se apagassem, você daria um jeito de virar eletrecista, ou fazer fogo do modo antigo, só porque você sabe que eu tenho medo de escuro.
Mas você vivia no futuro, e se eu quisesse te encontrar, eu teria que sonhar; Hoje ainda preciso sonhar para te encontrar, mas você vive no passado, naquele mundo paralelo, entre o real e a ilusão.
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